Uma operação deflagrada pela Polícia Civil de Rondônia, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, investiga um suposto esquema de desvio de verbas públicas dentro da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALERO). A ação faz parte da Operação Ouro de Areia, desencadeada após a identificação de uma estrutura criminosa que utilizava cargos comissionados fantasmas para desviar recursos estaduais.
Estrutura e prisões
De acordo com as investigações, um servidor público seria o líder e articulador do grupo, responsável por recrutar pessoas e coordenar o funcionamento da fraude. O esquema consistia na nomeação de assessores que recebiam salários sem exercer qualquer função efetiva, alguns deles mantendo empregos paralelos enquanto seus vencimentos públicos eram desviados.
As apurações também apontam que o grupo realizava empréstimos consignados em nome dos comissionados, repartindo os valores obtidos entre os participantes. A Justiça decretou prisão preventiva do principal suspeito e cumpriu oito mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e nas dependências da ALERO. Três servidores foram afastados por 90 dias, proibidos de frequentar repartições públicas e de manter contato com vítimas e testemunhas.
O nome da operação — Ouro de Areia — faz alusão a uma falsificação que simula valor onde não existe, simbolizando a criação de cargos e servidores fictícios para dar aparência de legalidade às nomeações.
A Polícia Civil e o Ministério Público reforçaram o compromisso com o combate à corrupção e à correta aplicação dos recursos públicos.
Esclarecimento do deputado
Após a repercussão da operação, o deputado estadual Edevaldo Neves emitiu uma nota de esclarecimento, negando qualquer diligência em seu gabinete.
“A informação de que policiais teriam estado em meu gabinete é falsa”, afirmou o parlamentar.
Edevaldo destacou que nenhum agente da Polícia Civil, do Gaeco ou do Ministério Público realizou buscas em seu gabinete, ressaltando que não é alvo da investigação e que não possui relação com os fatos apurados.
Segundo informações de bastidores, um ex-servidor, que não integra mais sua equipe, teria sido mencionado na investigação. O ex-funcionário atualmente atua em outro setor, sem vínculo com o mandato.
O parlamentar reafirmou seu compromisso com a transparência, a legalidade e o combate a qualquer ato ilícito, lamentando a divulgação de informações não verificadas.
“Lamento profundamente que notícias sem verificação sejam publicadas, gerando desinformação. Reitero que meu gabinete permanece à disposição das autoridades e da imprensa para quaisquer esclarecimentos”, concluiu.