O senador Cid Gomes (PSB) reagiu com firmeza à decisão do irmão, Ciro Gomes, de trocar o PDT pelo PSDB, partido que no Ceará mantém aliança com o PL de Jair Bolsonaro. Segundo Cid, a mudança de legenda rompe com a história política construída pela família ao longo de décadas.
“Eu mantenho a minha coerência. Quem mudou foram eles. Mudar para se juntar a quem sempre fez mal ao Ceará não faz sentido”, afirmou o senador em conversa com aliados.
Críticas e tensão familiar
Cid também criticou o deputado federal André Fernandes (PL), elogiado por Ciro como “jovem talento” durante o ato de filiação.
“Qual é o atributo que um rapaz desses tem? Eu não consigo me imaginar ao lado dele”, declarou, acrescentando que o comportamento do parlamentar revela “o nível da pessoa”.
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O senador lamentou que o irmão tenha deixado o PDT sem buscar reconciliação interna. “Roupa suja se lava em casa. Eu continuo onde sempre estive”, completou.
Repercussões políticas
A filiação de Ciro Gomes ao PSDB provocou forte impacto no cenário político cearense. O novo alinhamento pode aproximá-lo de setores bolsonaristas, já que o PSDB no estado é aliado do PL.
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, chegou a afirmar que o partido avalia apoiar Ciro em uma eventual candidatura ao Governo do Ceará em 2026.
As declarações de Cid evidenciam não apenas uma crise familiar, mas também uma disputa simbólica por coerência e liderança no campo progressista cearense, reacendendo as divisões entre antigos aliados.